terça-feira, 25 de setembro de 2007

O Ataque das Formigas do Peloponeso! (Capítulo IV)

Já a festa tinha acabado à muito e outras já tinham começado, algumas iam a meio quando de passo trocado sai o Castor Gaspar, rouco e semi nu a gritar a meia voz pelo Fiel Companheiro, amigo já desde o tempo da tropa, em que o safou mais de duas ou três vezes, o Comando Geral não apreciava as suas atitudes pouco comedidas e o Fiel Companheiro que se dava muito bem com um gajo que por acaso sabia muito do que por ali se passava a nível de altas patentes, safava-o sempre, pelo menos mais de duas ou três..

Onde andava ele.. onde é que ele anda? Reflectia Gaspar, aparentemente sem chegar a conclusão alguma..

- Espera lá! Que dia é hoje?

Falou baixinho o nosso Castor para os seus dois restantes botões, pega em sete cêntimos e duas pastilhas já usadas, vai ao quiosque e compra dois lápis, acampa durante dois dias no Jardim Municipal enquanto efectua complicadissimas equações e cálculos afins até chegar ao dia que comprou os lápis, somou dois e descobriu a data certa..

E que data descobre ele..

Não era dia de brincadeiras, não daquelas que as crianças pulam e correm pelo parque felizes e alegres, quase contentes, não, não era desses dias felizes.. Pelo menos para o Gaspar e para o Fiel..

Fazia precisamente quatro anos, sete meses e três dias que o Castor Gaspar e o Fiel combinaram um piquenique, eram eles e mais meia dúzia ou quatro. Tudo muito bonito, a sua manta protegida pela vento, a merenda servida e quentinha, as cartas no baralho guardadas e os dardos também. Tudo corria na perfeita normalidade habitual perante a tradição piquenique, puxavam-se as calças para cima e a roupa interior para baixo enquanto se cantava o hino e se fazia o pino. O tempo ia passando no sentido habitual, e como o que se come também sai o Fiel Companheiro afasta-se e vai em direcção à casa de banho do piquenique enquanto acabava a sua sande de geleia, banana e mel, em algum movimento de acção menos planeada deixa a gravidade exercer a sua força sobre a sande e esta cola-se ao chão, logo isto é de uma pessoa ficar maluca, começar a gritar e a correr para nunca mais parar, mas o que ai viria seria bem pior para o Fiel Companheiro...

Alertadas pela vibração da queda da sande de geleia, banana e mel no subsolo do solo e no chão, três Formigas do Peloponeso, enormes para a idade e para a espécie, apuram os sentidos, vêm a presa, chamam um verdadeiro exército formado pelas suas companheiras de quarto e atacam o já bastante assustado Fiel Companheiro, atacaram, atacaram e voltaram a atacar o pobre do Fiel que se defendia, disparando socos e flores por toda a parte..

Quando Gaspar chegou era tarde, Fiel Companheiro estava praticamente todo negro, cheio de hematomas.. sem a sande de geleia, banana e mel e sem o seu bem mais precioso, na fúria da acção aquelas cadelas Peloponesas levaram-lhe a casa.. a sua habitação desde o infinito!

Naquela confusão do empurra e cai e tudo a casa caiu do seu bolso e aquelas velhacas, vacas do inferno(!!!!) prostitutas da paixão, abalaram com ela de baixo de um membro que uma delas tinha agarrado ao ombro, provavelmente um braço..
Não era data a celebrar não.. Não era um dia feliz! O Castor Gaspar nunca se perdoou pois aquela apetitosa sande de geleia, banana e mel era para ele, mas ele num acto de boa fé oferendou-a ao seu Fiel Companheiro.
- À malandras!! Hei-de vos apanhar!!! Hei-de recuperar o lar do meu amigo!
P.S: Estas prostitutas vão pagá-las!! E bem pagas que eu é que escrevo esta merda toda!

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